Yattó - Economia Circular
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A história da Yattó no detalhe

Saiba como a startup nasceu, cresceu e se tornou uma das referências no mercado de circularidade no Brasil.

Plantando a semente – o início

Luiz Otávio Grilo, fundador de nossa empresa, nasceu em Pindamonhangaba. Filho de mãe engenheira e pai veterinário, e com uma irmã, Luiz, de uma família simples, foi sempre dedicado em tudo que fazia. Foi aprovado no curso de Engenharia e Controle de Automação na UFMG e mudou-se para Belo Horizonte para estudar.

No primeiro semestre, um desafio extra curricular em grupo consistia em propor uma solução para a gestão de resíduos sólidos do campus. Luiz viu nessa atividade a oportunidade de adiantar seu projeto de conclusão de curso. Luiz propôs um sistema de sensores para as lixeiras, que indicariam o momento ideal para a coleta do lixo, otimizando a logística. A proposta foi elogiada pela criatividade, mas os professores consideraram difícil de escalar.

Após essa atividade, Luiz buscou uma oportunidade de iniciação científica voluntária e conseguiu um lugar no Laboratório de Validação de Sistema da faculdade. Em três meses, construiu um protótipo, o que o motivou a se inscrever no Startup Tech, um programa que transformava projetos de iniciação científica em startups. Assim surgiu a UNTRASH, inicialmente formada por quatro pessoas e com a biblioteca da UFMG como escritório. Com um CNPJ e as mentorias em andamento, o plano de negócios foi tomando forma, levando a novas oportunidades, como a aceleração no Lemonade. Durante essa fase, mudaram o nome da empresa para RESIDUALL.

Nessa transição, além do nome, houve mudanças na equipe. Após concluir o programa, a empresa ficou em 4º lugar, mostrando um novo nível de maturidade. Inscreveram-se no programa Seed do Governo de Minas Gerais e receberam um aporte de 88 mil reais.

Com esse investimento, aprimoraram a estrutura da empresa e começaram a desenvolver e testar sensores para otimizar as rotas de coleta seletiva em Belo Horizonte. Mais da metade desse valor foi investida no aperfeiçoamento dos sensores, e o restante financiou uma bolsa-auxílio mensal de 500 reais para cada colaborador. Na época, a equipe era composta por 12 pessoas, todas estudantes ou ex-estudantes da UFMG.

Foi durante essa época que Alexandre Galana Jr, que atualmente é nosso CEO e era veterano de Luiz na Escola de Engenharia da UFMG, foi convidado pelo próprio Luiz para se juntar à equipe no cargo de gestor financeiro. Este cargo era ideal para Alexandre, que já possuía formação em finanças e experiência em gestão. Posteriormente, um mentor de um fundo de investimentos ressaltou a importância de incluir um profissional da área ambiental na equipe. Foi então que, por indicação, conheceram Leonardo, nosso Engenheiro Ambiental, que tem uma graduação sanduíche na Suécia e um MBA em Gestão e Tecnologias Ambientais. Felizmente para a equipe, Leonardo optou por não iniciar seu mestrado no exterior para se juntar à Yattó, onde atualmente ocupa o cargo de Diretor de Operações.

Durante esse mesmo período, a equipe encarou sua primeira grande frustração: descobriram que a ideia inicial não era financeiramente viável. As projeções financeiras indicaram que, ao seguir com o projeto dos sensores, a empresa enfrentaria um prejuízo estimado em 40 milhões de reais em cinco anos. Por esse motivo, a ideia de utilizar sensores foi, então, descartada.

 

Irrigando novas ideias: mudança de rota

Isso mesmo. Em 2015, a equipe decidiu investir em tecnologia para otimizar a logística de resíduos, desta vez com um software. O foco de venda também mudou para óleo usado de cozinha, uma opção mais rentável do que os sensores. O plano era usar um aplicativo que conectasse bares e restaurantes com serviços de coleta. Apesar de dificuldades iniciais na venda das versões do aplicativo, a terceira versão atraiu um cliente para um teste de três anos e meio. Em 2017, após um teste bem-sucedido, a Residuall conquistou seu primeiro cliente (temos até um vídeo no Youtube dele usando o software), mas ainda era necessário mais para impulsionar a empresa.

Neste período, a equipe começou a estudar mais profundamente as necessidades do mercado e viu na Política Nacional de Resíduos Sólidos uma oportunidade: ajudar empresas a cumprir a legislação, que exige monitoramento das quantidades de embalagens no mercado e recuperadas por logística reversa, além da comprovação mensal da redução de no mínimo 22% das embalagens enviadas a aterros.

A partir daí, um novo mundo de possibilidades se abriu. No entanto, nem todos os sócios puderam continuar, e muitos optaram por buscar empregos com salários mensais. O time restante se engajou em se inscrever em programas de aceleração como Inovativa, Liga Ventures, Cubo Itaú, Plug and Play, Panela Nestlé e Accelerator 100+ da Ambev, desenvolvendo gradualmente os projetos.

Paralelamente, Luiz inscreveu a empresa no Global Student Entrepreneur Awards, uma das maiores competições globais para estudantes empreendedores, e foi finalista brasileiro, competindo na fase final na Alemanha. Essa participação trouxe visibilidade e credibilidade para a empresa, culminando em uma aparição na GloboNews.

A Cargill, interessada no software de logística reversa para óleo de cozinha, iniciou negociações após um projeto-piloto de dois anos. Isso abriu portas para novos clientes, como a Suvinil, que pediu um modelo de negócio similar para embalagens com sobras de tinta, e a Vedacit, para reciclar baldes com sobras de produtos da construção civil.

 

O broto cresceu – a solução ideal para o mercado

O novo modelo de negócios focado em logística reversa atraiu novos clientes e perspectivas para a Residuall, que já contava com uma carteira de clientes relevante para o mercado. Logo depois, a Nestlé buscou uma solução para a reciclagem de embalagens flexíveis, dando início a um projeto que aumentou significativamente o faturamento da empresa e possibilitou a expansão da equipe.

Desde 2021, a Yattó explorou diversas oportunidades e criou o Yattó Transforma, um programa de logística reversa e economia circular voltado para materiais difíceis de reciclar. Com o investimento em consultoria, decidiram reduzir o número de sócios de seis para três: Luiz Otávio Grilo, fundador e Diretor Institucional e de Novos Negócios; Leonardo Lopes, co-fundador e Diretor de Operações; e Alexandre Galana Jr., co-fundador e atual CEO da Yattó.

Ainda em 2021, a empresa mudou o nome para Yattó, que significa “broto” em Kaiapó (língua do grupo étnico do cacique Raoni Metuktire), representando a circularidade dos resíduos: “Um broto que vira planta, gera flores, que produzem frutos com sementes, que caem na terra, germinam e viram broto novamente, assim como o petróleo que se transforma em plástico, depois em embalagem, vai para o lixo, é coletado, reciclado e se transforma em embalagem novamente – até o limite que a química atual permite.”

Percebendo o valor das acelerações e a visibilidade com grandes empresas, a Yattó inscreveu-se em novas premiações e foi reconhecida com a Alliance to End Plastic Waste (2022), conquistou o 1.º lugar no Prêmio Suíço de Sustentabilidade e Inovação (2023), foi três vezes reconhecida pela 100 Open Startups nas categorias City Tech (2021) e CleanTech (2022 e 2023), além de ser duas vezes premiada pelo Prêmio Consciência Ambiental pela Immensitá (2022 e 2023).

Além do modelo de negócio inovador, a empresa se alinha às diretrizes do ESG para o mercado. O “E” de “environment” corresponde ao desvio de rejeitos que iriam para aterros, agora valorizados em um novo ciclo econômico, poupando recursos e evitando a extração de mais matéria-prima. O “S” de “Social” está relacionado à melhoria da remuneração e condições de trabalho dos catadores em cooperativas de reciclagem, promovendo sua visibilidade. E o “G” de “Governance” está vinculado à transparência nos dados de todo o processo, bem como à rastreabilidade da coleta até a prestação de contas e demais documentações.

Ao final de 2023, a Yattó somava parcerias com 25 marcas em setores variados, oferecendo pelo menos três soluções que atendem às principais necessidades do mercado: Programas Estruturantes próprios da Yattó ou para marcas, Consultoria para análise de Reciclabilidade, Plano de Logística Reversa e Consultoria Estratégica. Além disso, ampliou seu escritório em Jaguariúna e hoje conta com uma equipe ainda maior e mais especializada para enfrentar os inúmeros desafios do mercado.

Esta é uma pequena parte da nossa jornada. Você já estava familiarizado com algum aspecto da nossa história ou houve algo que lhe surpreendeu?

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Comunicação Yattó
Gabrielle Maia
Assessoria de Imprensa
Ecomunica